quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Pica: mania de comer substâncias não alimentares como terra

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[email protected] 1 semana atrás - 5 minutos de leitura
Pica: mania de comer substâncias não alimentares como terra
Pica: mania de comer substâncias não alimentares como terra

Comer terra e outras coisas não alimentares pode indicar um transtorno chamado pica; entenda causas, riscos e como procurar ajuda.

Você conheceu alguém que comeu terra, argila ou giz e ficou sem entender por que isso acontece. Isso tem nome: pica. Não é apenas uma curiosidade estranha. Pode ser sinal de problemas de saúde física ou emocional. Neste artigo eu vou explicar, de forma direta, o que é pica, por que ocorre, quais os riscos e o que fazer quando alguém perto de você tem esse comportamento.

Vou também dar orientações práticas para pais, cuidadores e profissionais. Prometo linguagem simples, exemplos reais e passos acionáveis. Se você está preocupado com um bebê que leva terra à boca, uma criança que mastiga papel ou um adulto com esse hábito, aqui encontrará informação útil.

O que este artigo aborda:

O que é pica?

Pica é o desejo persistente de ingerir substâncias que não são alimentos. Exemplos comuns incluem terra, argila, giz, papel, sabão e cinzas. O comportamento precisa durar pelo menos um mês e ser inadequado para a idade da pessoa para ser considerado pica.

Não se trata de um “gosto” passageiro. É uma mania ou compulso que pode causar problemas físicos e sociais.

Quem pode ter pica?

  • Crianças pequenas: Exploração oral é comum, mas quando persistente ou envolvendo substâncias perigosas, pode ser pica.
  • Gestantes: Algumas grávidas relatam vontade de comer terra ou gelo, o que pode indicar deficiência nutricional.
  • Pessoas com deficiência intelectual: O comportamento é mais frequente em contextos de atraso cognitivo.
  • Pessoas com transtornos alimentares ou psiquiátricos: Pica pode coexistir com outras condições mentais.

Principais causas

Não há uma causa única. Normalmente aparecem fatores mistos que combinam biologia, ambiente e comportamento.

  • Deficiências nutricionais: Falta de ferro ou zinco pode estar ligada ao desejo por terra ou gelo.
  • Curiosidade e imitação: Crianças pequenas experimentam objetos; se um adulto reforça isso, o hábito se instala.
  • Estresse e ansiedade: Comer substâncias estranhas pode aliviar tensão em algumas pessoas.
  • Condições médicas ou neurológicas: Certas doenças ou uso de medicamentos podem aumentar comportamentos repetitivos.

Riscos associados

Comer terra e outros materiais não alimentares não é inofensivo. Os riscos variam conforme a substância e a frequência.

  1. Intoxicação: Alguns materiais contêm metais pesados, parasitas ou produtos químicos perigosos.
  2. Obstrução intestinal: Papéis grossos, giz ou pedaços maiores podem bloquear o intestino.
  3. Infecções: Terra pode carregar ovos de parasitas ou bactérias.
  4. Desnutrição: Quando a pica substitui alimentos nutritivos, a saúde piora.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico começa com uma conversa e um histórico detalhado. O médico vai perguntar quando o comportamento começou, quais substâncias são ingeridas e com que frequência.

Exames comuns ajudam a identificar causas físicas, como:

  • Hemograma: Avalia anemia e níveis de ferro.
  • Exames de ferro e zinco: Confirmam deficiências minerais.
  • Exames de fezes: Verificam parasitas ou sinais de infecção.

Tratamentos e abordagens práticas

O tratamento depende da causa. Muitas vezes é preciso combinar cuidados médicos e mudanças comportamentais.

  1. Tratar deficiências: Suplementos de ferro ou zinco podem reduzir o desejo por certas substâncias.
  2. Terapia comportamental: Técnicas de reforço positivo e substituição de hábitos funcionam bem em crianças.
  3. Ambiente seguro: Remover ou bloquear acesso a materiais perigosos é uma medida imediata e simples.
  4. Apoio psicológico: Quando a pica está ligada ao estresse, terapia pode ajudar a identificar gatilhos.

Dicas práticas para pais e cuidadores

Se seu filho come terra, comece com ações simples. Observe antes de reagir. Reações exageradas podem reforçar o comportamento.

  • Observação: Note horários, situações e pessoas presentes quando o comportamento ocorre.
  • Prevenção: Cubra áreas de brincadeira, mantenha o quintal limpo e guarde produtos perigosos fora do alcance.
  • Reforço positivo: Elogie quando a criança brincar sem levar objetos à boca.
  • Substituição: Ofereça alternativas seguras, como brinquedos sensoriais ou petiscos aprovados pelo pediatra.

Quando procurar ajuda profissional

Procure um médico se o comportamento for frequente, envolver substâncias perigosas ou houver sinais de anemia, dor abdominal ou perda de peso.

Em casos de gestantes com desejo intenso por terra ou gelo, converse com o obstetra. Às vezes é sinal de anemia que precisa ser tratada.

Exemplo real

Maria, mãe de um menino de 3 anos, notou que ele levava terra à boca toda vez que brincava no jardim. Depois de conversar com o pediatra, fizeram exames e descobriram baixa no ferro. Com suplementação e mudanças na rotina de brincadeiras, o hábito diminuiu em semanas.

Esse exemplo mostra que identificar a causa é o primeiro passo e que soluções simples podem trazer resultados rápidos.

Prevenção a longo prazo

Educar, observar e manter um ambiente seguro são as melhores estratégias para evitar que a pica se instale.

  • Rotina alimentar equilibrada: Garantir ferro e outros nutrientes reduz risco de pica associada a deficiências.
  • Supervisão adequada: Para crianças pequenas, supervisão reduz exposição a materiais perigosos.
  • Intervenção precoce: Quanto antes for identificada, menores as chances de complicações.

Resumo e próximos passos

Pica, a mania de comer substâncias não alimentares como terra, pode ter causas físicas e emocionais. Avaliação médica, correção de deficiências e mudanças comportamentais costumam ser eficazes. Observe horários e gatilhos, proteja o ambiente e peça ajuda profissional quando necessário.

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