Israel confirmou a morte de sete palestinos, incluindo duas crianças, em Gaza. O exército anunciou que o crossing de Rafah será aberto apenas para a saída de pessoas do território afetado pelo conflito.
Os ataques ocorreram na quarta-feira e são considerados uma violação do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. O exército israelense informou que os ataques coincidiram com um incidente onde quatro de seus soldados ficaram feridos em Rafah, na fronteira com o Egito.
De acordo com relatos médicos, duas pessoas foram mortas por tiros israelenses no bairro de Zeitoun, localizado ao norte da cidade de Gaza. Outras cinco mortes ocorreram em bombardeios no campo de al-Mawasi, no sul. Esses ataques geraram um incêndio que consumiu várias tendas na região. Segundo o porta-voz da defesa civil, Mahmoud Basal, as vítimas incluíam crianças de 8 e 10 anos, e pelo menos 32 palestinos ficariam feridos, alguns com queimaduras graves.
O grupo Hamas denunciou o ataque em al-Mawasi, classificando-o como uma “crime de guerra” que demonstra a falta de respeito de Israel pelo acordo de cessar-fogo. A organização pediu que mediadores como Egito, Catar e Estados Unidos pressionassem Israel.
Desde que o cessar-fogo entrou em vigor em 10 de outubro, o exército israelense teria infringido o acordo em 591 ocasiões, resultando na morte de pelo menos 360 palestinos e ferindo 922.
Além disso, na mesma quarta-feira, Israel anunciou que recebera restos mortais que podem pertencer a um dos dois reféns ainda em Gaza. Esse material foi enviado por grupos armados palestinos através do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. A entrega ocorreu pouco depois que o Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a análise de restos fornecidos por Hamas não correspondia aos reféns que ainda estão em Gaza.
Desde o início do cessar-fogo, Hamas devolveu todos os 20 reféns vivos e 26 corpos em troca de aproximadamente 2.000 palestinos detidos.
O crossing de Rafah é fundamental para permitir a movimentação de pessoas e ajuda humanitária. Israel anunciou que abrirá o crossing nos próximos dias apenas para a saída de residentes de Gaza, necessitando de “aprovação de segurança”. Essa decisão levantou preocupações sobre um possível deslocamento permanente dos palestinos.
O governo egípcio afirmou que a abertura do crossing deve ocorrer em ambas as direções e não apenas para a saída. Um funcionário oficial ressaltou que qualquer acordo com Israel precisaria ser alinhado ao plano de cessar-fogo atual.
As Nações Unidas também pediram a reabertura total do crossing, enfatizando a importância da movimentação humanitária e da liberdade de deslocamento para os residentes de Gaza. A situação no local é crítica, com mais de 8.000 pacientes evacuados para tratamento, mas ainda há mais de 16.500 necessitando de cuidados médicos.
Desde o início do conflito em outubro de 2023, a guerra em Gaza resultou na morte de pelo menos 70.117 palestinos e ferimentos em 170.999. Em Israel, 1.139 pessoas foram mortas durante os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro, com cerca de 200 indivíduos ainda sendo mantidos como reféns.