Fatima Bosch é coroada Miss Universo 2023 em meio a polêmicas
A mexicana Fatima Bosch foi coroada Miss Universo 2023 na última sexta-feira, em uma cerimônia realizada na Tailândia. A competição, que ocorreu após um período conturbado repleto de controvérsias, marca a quarta vitória do México na história do concurso.
Fatima, de 25 anos, enfrentou desafios ao longo da competição. No início de novembro, ela deixou um evento do concurso após ser repreendida publicamente por um dos organizadores, que ameaçou desqualificar as participantes que a apoiassem. Essa situação gerou reações adversas, resultando na saída de dois jurados após denúncias de que a competição estaria sendo manipulada.
O concurso Miss Universo, criado nos Estados Unidos e um dos mais tradicionais do mundo, está passando por mudanças significativas. Recentemente, analistas apontaram que as rivalidades culturais entre os proprietários tailandeses e mexicanos do evento têm sido evidentes, especialmente diante das recentes polêmicas.
Na última edição, Praveenar Singh, da Tailândia, ficou com o segundo lugar. O top cinco foi completado por representantes da Venezuela, Filipinas e Costa do Marfim. Esta foi a quarta vez que a Tailândia sediou o Miss Universo. A representante do país era considerada uma das favoritas pelos fãs.
Controvérsias na competição
Os eventos do concurso foram organizados por Nawat Itsaragrasil, um magnata da mídia tailandesa conhecido por criar o Miss Grand International, uma competição de beleza com grande presença nas redes sociais. Apesar de ser uma figura influente, sua abordagem agressiva durante os eventos trouxe críticas, incluindo um pronunciamento do empresário mexicano Raul Rocha, que pediu que ele parasse.
Após um incidente em que Fatima Bosch deixou o evento em protesto, Nawat pediu desculpas e tentou minimizar suas declarações. Contudo, essa situação se desenrolou com a saída de jurados, que alegaram manipulação no processo de seleção. Um deles, o músico libanês-francês Omar Harfouch, denunciou a suposta pré-seleção de finalistas. A organização do concurso negou as acusações, afirmando que não houve interferência externa.
Mudança de liderança e desafios futuros
O concurso também passa por uma transição de liderança. A CEO anterior, Anne Jakrajutatip, renunciou antes do evento e foi substituída pelo diplomata guatemalteco Mario Bucaro. Sob a gestão de Jakrajutatip, o Miss Universo buscou se tornar mais inclusivo, permitindo a participação de mulheres trans, casadas e com filhos, além de retirar os limites de idade.
Entretanto, sua empresa, JKN, enfrentou dificuldades financeiras e entrou com um pedido de falência em 2023. Apesar das mudanças, a popularidade da transmissão do Miss Universo tem diminuído ao longo dos anos, com muitos espectadores se voltando para as redes sociais.
Enquanto isso, concorrentes de diversas partes do mundo continuam a usar suas plataformas para apoiar causas sociais. Por exemplo, a Miss Universo 2018, Catriona Gray, mobilizou seus seguidores em uma campanha para fornecer água potável a vítimas de desastres nas Filipinas.
O concurso também atrai críticas constantes sobre a objetificação das mulheres. Apesar disso, ainda há espaço para adaptações, como permitir que participantes de países conservadores utilizem trajes de banho que respeitem suas culturas.
Os organizadores do Miss Universo enfrentam o desafio de se manter relevantes e proporcionar um espaço que promova não apenas a beleza, mas também o empoderamento das mulheres.