O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou polêmica ao revelar que viajou em um jatinho particular com um advogado envolvido em um caso de fraude relacionado ao Banco Master. O destino foi a final da Copa Libertadores, realizada em Lima. No momento da viagem, Toffoli possivelmente não sabia que seria sorteado como relator do processo assim que retornasse. Contudo, essa situação levanta preocupações sobre a prudência de um ministro da mais alta instância judicial do Brasil, especialmente ao aceitar uma carona de um advogado diretamente ligado a um caso que poderia cair em suas mãos.
A escolha de Toffoli de viajar com o advogado Augusto de Arruda Botelho, que representa um dos envolvidos no caso, é questionável. Por que ele não utilizou seus próprios recursos para essa viagem pessoal? Com essa decisão, Toffoli parece negligenciar a imagem que deve transmitir enquanto ocupa um cargo tão importante, permitindo que a sociedade duvide de sua imparcialidade em decisões que envolvem o Banco Master e seus principais executivos.
É fundamental reconhecer que a responsabilidade de um juiz vai além do cumprimento das leis. Eles devem agir de maneira que sua conduta seja vista como ética e imparcial, uma vez que a confiança da população no Judiciário depende disso. A aparência de imparcialidade é crucial para a autoridade exercida pelos juízes.
Recentemente, Toffoli decidiu assumir a presidência das investigações relacionadas ao Banco Master, alegando uma conexão com uma transação imobiliária de um deputado. No entanto, a justificativa para essa manobra não parece sólida, levantando ainda mais questões sobre a condução do caso.
Durante a viagem a Lima, que ocorreu no dia 28 de novembro, Toffoli e Botelho partiram de São Paulo pela manhã. Algumas horas depois, uma reclamação da defesa do Banco Master pedindo a mudança de competência foi protocolada no STF. No mesmo dia, Toffoli foi sorteado como relator do caso. Isso faz com que se questione a decisão do ministro em se envolver socialmente com uma pessoa interessada em um processo sob sua responsabilidade.
Embora Toffoli tenha o direito de cultivar suas amizades e preferências, sua posição como ministro do STF exige uma consideração cuidadosa sobre as implicações de suas ações. A aceitação de carona de um advogado ligado a um caso que ele deve julgar mostra uma falta de atenção para com as possíveis consequências jurídicas e institucionais.
Toffoli poderia ter evitado essa situação simplesmente optando por viajar de forma independente, sem se envolver em situações que poderiam comprometer sua imagem profissional. Diante da gravidade dos fatos e do impacto que eles têm sobre a percepção de imparcialidade não só dele, mas do STF como um todo, torna-se necessário que o ministro se afaste da relatoria do caso Banco Master. Essa atitude não deve ser vista como uma capitulação a pressões externas, mas como um ato de respeito em relação à dignidade do cargo, da Corte e da sociedade brasileira.