sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Exército aumenta investimento com nova lei e reformula projetos

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[email protected] 24 segundos atrás - 3 minutos de leitura

Após a aprovação de uma nova lei que permite destinar até R$ 30 bilhões para investimentos em defesa, o Exército Brasileiro planeja aumentar significativamente seu orçamento para modernização. A expectativa é passar de um investimento anual de aproximadamente R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para cerca de R$ 3 bilhões por ano entre 2026 e 2031.

Esse período de seis anos é considerado uma grande oportunidade pelo comando do Exército para atualizar e acelerar a implementação de projetos essenciais, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). Este sistema é vital na luta contra narcotráfico e contrabando, mas até agora apenas duas das nove fases do projeto foram efetivamente iniciadas. As fases em funcionamento estão localizadas em Dourados, no Mato Grosso do Sul, e na região amazônica. Embora o cronograma inicial fosse entregar o sistema em 2021, a falta de recursos fez com que a previsão de operação completa fosse adiada para 2039.

O Sisfron opera com um conjunto de tecnologias, que incluem radares, sensores térmicos e ópticos, drones e medidas de segurança cibernética. Com os novos investimentos, o Exército planeja expandir a implementação para mais três fases em áreas estratégicas da fronteira, abrangendo locais em Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de Paraná e Santa Catarina.

Além disso, o projeto de modernização dos veículos blindados do Exército também estará entre as prioridades. O Exército espera receber até 2033 um total de 96 veículos Centauro II-BR, após a incorporação de dois protótipos este ano. O contrato com o consórcio Iveco-OTO Melara, que deve ser assinado entre fevereiro e maio, tem um valor estimado de R$ 5 bilhões e prevê não apenas a entrega dos blindados, mas também tecnologia de compensação e serviços logísticos. Esses veículos são equipados com canhões de 120 mm, possuem tração 8×8 e são projetados para resistir a ameaças como minas e explosivos.

Enquanto isso, o Exército passará por uma reorganização de seus programas estratégicos. Algumas iniciativas serão fundidas ou reclassificadas. Um dos principais projetos afetados é o Astros, que visa desenvolver um sistema de foguetes de artilharia com longo alcance e alta precisão. Este programa enfrentou desafios nos últimos anos devido aos problemas financeiros da empresa Avibras, responsável por seu desenvolvimento. Embora a continuidade do Astros dependa da recuperação da Avibras, o projeto será rebatizado para “Fogos” e passará a incluir artilharia de campanha e uma nova defesa antiaérea.

Uma nova aquisição de defesa antiaérea, prevista para ser firmada até 2026, tem um valor de até R$ 3,4 bilhões e introduzirá tecnologias de interceptação de drones e mísseis, inovações sem precedentes na América Latina. Outros programas também sofrerão reestruturações, com algumas iniciativas, como o Lucerna (inteligência militar), passando a uma classificação setorial. Esses projetos, embora ainda relevantes, terão menos inovação tecnológica em comparação com os projetos estratégicos.

Adicionalmente, os programas de infraestrutura, como Amazônia Protegida e Sentinela da Pátria, serão integrados sob uma única estrutura. O programa de Defesa Cibernética será expandido para incluir ações relacionadas à inteligência artificial, enquanto o programa de Aviação do Exército, que contempla a compra de helicópteros Black Hawk, permanecerá inalterado.

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