domingo, 07 de dezembro de 2025

Flávio candidato demonstra falhas da direita em 2025

redacao@jornalexpresso.net
[email protected] 44 segundos atrás - 3 minutos de leitura

Com a escolha de Flávio Bolsonaro como candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro busca proteger sua família e consolidar seu movimento político, que possui características autoritárias e populistas. Essa decisão também reflete uma resistência à absorção por grupos centristas, conhecidos como “centrão”.

Desde o início de sua trajetória política, Jair tem gerido suas ações como se fossem parte de um negócio familiar. Esse modelo se justifica pelo fato de seus filhos não terem construído uma autonomia política, dependendo fortemente do pai. Caso não sigam suas orientações, correm o risco de perder espaço na política e enfrentar dificuldades para encontrar empregos em outros setores.

Por outro lado, Michelle Bolsonaro possui um pouco mais de influência política por conta própria. Embora não se saiba se essa força é suficiente para que ela conduza uma candidatura sozinha, ela se destaca por ser comunicativa e ter carisma, características que diferem das de seus irmãos, Flávio e Carlos. Ao mesmo tempo, Michelle não é vista como ligada a agendas negativas, o que a diferencia das estratégias contestáveis de outros membros da família.

No entanto, essa falta de uma base política mais sólida pode dificultar sua viabilidade como líder dentro do grupo bolsonarista. Flávio, portanto, se encaixa bem no que Jair considera necessário: lealdade incondicional. A escolha de Flávio como candidato também sugere que Jair está disposto a enfrentar uma possível derrota eleitoral, mas não aceitará uma diluição de seu movimento na direita tradicional.

A meta principal de Jair é garantir que um número suficiente de senadores seja eleito para viabilizar ações contra ministros do Supremo Tribunal Federal. isso incluiria medidas como anistiar pessoas acusadas de atos antidemocráticos e tentar reestabelecer uma postura mais autoritária sob sua liderança, uma vez que ele tenha superado questões de saúde e esteja disponível para retomar seu papel ativo.

Se essa estratégia funcionar, o resultado da eleição presidencial, seja a vitória de Lula ou de Tarcísio, pode se tornar secundário para Jair. A candidatura de Flávio, no entanto, pode complicar a tática adotada pela direita tradicional após a derrota nas eleições de 2022. Sem uma terceira opção viável, a ideia que se desenhou foi moderar o bolsonarismo, utilizando-o em seu benefício.

Enquanto isso, o centrão parece ter encontrado uma maneira de conviver com o bolsonarismo, usando sua retórica antagônica aos ministros do STF para desviar investigações de corrupção. A ala mais liberal do país, representada pela Faria Lima, gerou uma figura como Tarcísio de Freitas, tentando moldá-lo como um líder tecnocrata em meio a um movimento notoriamente populista.

A direita tradicional não reviu suas estratégias adequadamente após o golpe de 2021. Deveria ter se apoiado nos esforços para enfraquecer o golpismo e se reestruturar sem a presença de membros radicais, mesmo que isso exigisse mais tempo. Agora, corre o risco de repetir os erros do passado e atrasar seu processo de reestruturação política em pelo menos quatro anos. Essa dinâmica mostra que algumas partes do espectro político, como representado por Xandão, compreenderam as mudanças necessárias mais cedo.

Receba conteúdos e promoções