A ativista climática Greta Thunberg foi temporariamente banida de Veneza após o Grande Canal da cidade ter suas águas tingidas de verde durante um protesto. Thunberg, de 22 anos, participou da ação organizada pelo grupo ambiental Extinction Rebellion no último fim de semana.
Os ativistas despejaram um corante não tóxico, normalmente usado em estudos ambientais, no famoso canal, transformando a água em um tom vibrante de verde. Além disso, o grupo pendurou uma faixa na Ponte de Rialto com a mensagem “parem o ecocídio” e enviou manifestantes vestidos com véus vermelhos para se misturarem aos turistas.
A ação protestou contra os impactos da crise climática. Enquanto Veneza recebeu essa intervenção, outras cidades da Itália, como Milão, Palermo e Bolonha, também foram alvo do mesmo tipo de protesto, com corante sendo jogado em rios e fontes.
Luca Zaia, governador da região do Veneto, criticou a manifestação, afirmando que o ato “feriu” a imagem da cidade. Ele destacou, em uma postagem no Instagram, que vandalismo não ajuda a proteger o meio ambiente e que tais ações causam danos a Veneza, necessitando de trabalhos de restauração e criando, paradoxalmente, poluição.
As manifestações que envolvem ações consideradas vandalismo têm se tornado mais comuns entre ativistas climáticos. Em 2022, por exemplo, houve ataques a obras de arte famosas, como o lançamento de sopa de tomate sobre “Girassóis” de Van Gogh na Galeria Nacional de Londres e purê de batata em uma pintura de Monet na Alemanha. Ativistas também se colaram ao famoso quadro “A Menina com o Brinco de Pérola” no museu Mauritshuis, na Holanda.
Essas ações se estenderam até 2023, quando integrantes do grupo Declare Emergency foram acusados de vandalismo após jogarem tinta vermelha e preta no caso da escultura “Pequena Bailarina de Quatorze Anos”, de Edgar Degas, na Galeria Nacional de Arte em Washington, D.C.
Greta Thunberg e outros manifestantes receberam uma multa de 172 dólares, além do período de banimento de 48 horas de Veneza. Recentemente, Thunberg havia sido detida em Israel e deportada para a Suécia por sua participação em uma flotilha de ajuda humanitária, tentando romper o bloqueio naval de Gaza. A cidade de Veneza e os representantes da ativista não comentaram sobre o ocorrido.