segunda-feira, 01 de dezembro de 2025

Guararapes tem queda de 8,65% após venda do Midway Mall

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[email protected] 3 semanas atrás - 3 minutos de leitura

Analistas de duas grandes instituições financeiras, Itaú BBA e XP Investimentos, estão otimistas com a decisão da Guararapes, que controla a Riachuelo, de vender o shopping Midway Mall, localizado em Natal, no Rio Grande do Norte. Esta informação foi divulgada ao mercado na última sexta-feira. Entretanto, as ações da companhia sofreram uma queda significativa na segunda-feira, registrando uma desvalorização de 8,65%, com o preço a R$ 10,45.

A venda ainda precisa da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e está em andamento, após a empresa assinar um memorando de entendimentos não vinculante com um grupo de investidores liderado pela Capitânia Investimentos. Estima-se que o shopping tenha um valor em torno de R$ 1,6 bilhão, e o pagamento deve ser feito de forma parcelada.

Para a XP Investimentos, esse negócio representa uma oportunidade para a Guararapes simplificar sua estrutura e liberar um valor que ainda não está sendo considerado nas ações. Se a transação for concluída, o múltiplo P/L (Preço sobre Lucro) da empresa poderia cair de 9,7 vezes para cerca de 8 vezes em 2026. Isso poderia resultar em um retorno em dividendos entre 20% e 30%, o que é considerado alto para o setor. Os analistas acreditam que a operação poderá gerar caixa suficiente para permitir uma distribuição significativa aos acionistas, focando mais no varejo de moda, que é o principal negócio da companhia.

O Itaú BBA também vê a venda como um aspecto positivo, acreditando que a transação pode liberar um valor significativo. O banco calcula que o valor presente líquido da venda será em torno de R$ 360 milhões, o equivalente a cerca de 6% do valor total da Guararapes no mercado. Para os analistas do banco, o Midway Mall é um ativo de alta qualidade, e o preço estimado de R$ 1,6 bilhão está na faixa superior do que já havia sido projetado anteriormente, que variava entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,6 bilhão.

Além disso, o Itaú BBA considera possíveis benefícios fiscais. Como a Guararapes possui prejuízos fiscais acumulados, espera-se que parte do lucro da venda, estimado em R$ 1,35 bilhão, consiga compensar impostos, reduzindo a alíquota de 34% para aproximadamente 24%. Essa economia fiscal aumentaria o patrimônio da empresa e criaria condições para distribuir Juros sobre Capital Próprio (JCP), beneficiando os acionistas.

De acordo com as estimativas do Itaú BBA, o múltiplo P/L para 2026 repetidamente seria reduzido de 9,9 para 9,2 vezes, ao considerar que metade dos recursos da venda seria recebida até lá. Se a empresa distribuísse os valores líquidos após os impostos, os analistas projetam um retorno em dividendos entre 18% e 19%.

Os analistas também destacam a posição financeira sólida da Guararapes. No terceiro trimestre, a empresa teve uma dívida líquida equivalente a 0,7 vez o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), o que proporciona espaço para novas iniciativas e a devolução de recursos aos acionistas. Mesmo que a alavancagem aumente para uma vez o Ebitda após a venda, a estrutura de capital deve continuar equilibrada.

A XP Investimentos recomenda a compra das ações da Guararapes, com um preço-alvo de R$ 17. Por sua vez, o Itaú BBA também sugere que as ações estão com desempenho acima da média do mercado.

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