Karl Bushby, um ex-paracaidista britânico, partiu de Hull, na Inglaterra, em 1998, com o objetivo de caminhar 36 mil milhas (58 mil quilômetros) ao redor do mundo. Ele planejou fazer essa jornada sem se utilizar de nenhum transporte e esperava que a expedição durasse cerca de 12 anos. No entanto, mais de duas décadas após seu início, ele se prepara para retornar à sua cidade natal, Hull, em setembro de 2026, onde sua mãe, Angela Bushby, de 75 anos, o aguarda com ansiedade.
Angela revelou que não estará à espera de seu filho na Eurotunnel, mas sim em casa, ansiosa para vê-lo passar pelo portão de entrada. Assim que ele chegar, planeja abraçá-lo e brinca em dizer que perguntará: “e que horas você chama isso, Karl?”.
No início de sua jornada, Karl deixou o Chile em 1º de novembro de 1998. Sua trajetória tem sido repleta de dificuldades, incluindo situações geopolíticas complexas e a dificuldade em conseguir vistos. Agora, prestes a entrar na Áustria, Angela e sua família em casa estão ansiosos pelo reencontro.
Angela, que tem mantido registros da viagem de seu filho em forma de scrapbooks, lembra que desde 1998, eles se encontraram apenas três vezes. Isso inclui uma visita antes de Karl se tornar o primeiro britânico a atravessar o estreito congelado de Bering entre a América do Norte e a Rússia em 2006. Em sua casa, Angela se depara com muitas memórias enquanto observa fotografias de Karl. Ela menciona com um sorriso que a jornada de seu filho lhe trouxe várias noites sem dormir.
Karl sempre foi um garoto determinado. Angela conta que ficou surpresa quando ele apresentou a ideia da expedição, que tinha o apoio de seu pai, um ex-soldado da SAS. Ela destaca sua força de vontade, contando que Karl levou várias tentativas para passar no P Company, o curso de seleção para o Regimento de Paraquedistas do Exército Britânico.
Angela lembra que durante a infância, Karl enfrentou dificuldades na escola, sendo alvo de bullying. Ele foi diagnosticado com dislexia aos 13 anos, o que, segundo sua mãe, explicou suas dificuldades e impulsionou sua determinação. Após o diagnóstico, Karl encontrou maneiras de contornar a condição e começou a gostar de ler.
Ao longo de sua expedição, Karl já caminhou por partes da América do Sul, Central e do Norte, além de partes da Ásia, e finalmente chegou à Europa. Em 2024, ele nadou 186 milhas (300 quilômetros) pelo Mar Cáspio para evitar passar por Irã ou Rússia devido às complicações com visto. Atualmente, ele se prepara para deixar a Hungria.
Angela expressa preocupação sobre como Karl se adaptará ao retornar após tanto tempo longe. Ela mantinha contato com ele, mas à medida que a jornada avança, as conversas se tornaram menos frequentes, e agora se comunicam principalmente pelo Messenger. Para lidar com a saudade, ela continua a comprar presentes de Natal para o filho, guardando-os para ele abrir ao voltar.
Angela enfatiza que, mesmo após tantos anos, Karl ainda é seu “menino”. Ela observa que, devido ao tempo que ele passou longe, não sabe como será a vida de Karl após o retorno. Apesar das incertezas, ela continua esperançosa e ansiosa para o reencontro tão aguardado.