domingo, 07 de dezembro de 2025

Navio de guerra dos EUA atira em caças confundidos com mísseis

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[email protected] 2 dias atrás - 3 minutos de leitura

Um piloto da Marinha dos Estados Unidos teve um momento de extrema tensão quando seu caça foi acidentalmente abatido por um navio de guerra americano no Mar Vermelho. O ocorrido, que teve lugar em dezembro de 2024, faz parte de uma investigação sobre um incidente de fogo amigo, que revelava falhas no sistema de defesa da embarcação.

De acordo com a investigação, a tripulação do cruzador USS Gettysburg confundiu dois caças F/A-18 Super Hornet com mísseis de cruzeiro disparados por rebeldes Houthi do Iémen. O cruzador disparou mísseis superfície-ar, abatendo um dos caças e quase atingindo outro. Uma terceira aeronave também foi alvo, mas não chegou a ser atingida.

A operação no Mar Vermelho começou em setembro de 2024, quando os navios da força-tarefa liderada pelo porta-aviões USS Harry S. Truman entraram na região para combater os ataques dos Houthis, que vêm ameaçando rotas de navegação importantes há quase um ano. Apenas uma semana após o início da operação, o incidente de fogo amigo aconteceu na manhã de 22 de dezembro. Os dois aviadores que estavam no F/A-18 atingido conseguiram ejetar a tempo, saindo ilesos.

A investigação revelou que, ao ver um dos mísseis se aproximando, o piloto teve a sensação de que sua vida estava passando diante de seus olhos. Ele e seu oficial de armamentos decidiram ejetar antes que o míssil atingisse a aeronave. Em meio à confusão, o Gettysburg disparou outro míssil contra um segundo caça, que conseguiu manobrar e escapar do impacto, embora o míssil passasse a poucos metros da aeronave e explodisse na água.

Relatos de um comandante de helicóptero que acompanhou a cena indicavam que não houve qualquer aviso antes do disparo, o que deixou a equipe surpresa.

A investigação sobre o incidente apontou múltiplas falhas, incluindo problemas no planejamento e deficiências nos sistemas de combate do Gettysburg, assim como a fadiga da tripulação. Durante os primeiros meses da operação, a Marinha identificou falhas significativas no sistema de interoperabilidade do cruzador, envolvendo desde a gestão de rede até o controle de armamentos.

Nos meses anteriores, o Gettysburg tinha enfrentado mísseis e drones dos Houthis e isso pode ter gerado confusão sobre o fim da ameaça. A análise concluiu que a decisão de abrir fogo foi inadequada com base nas informações disponíveis para o comandante do Gettysburg, que não tinha uma noção clara da situação.

Este caso foi um dos vários incidentes que marcaram o período de operações da força-tarefa no Oriente Médio. Em fevereiro de 2024, um navio de guerra alemão também disparou acidentalmente contra um drone MQ-9 da Marinha dos EUA, mas o sistema de radar da embarcação falhou, impedindo o impacto. Além disso, o porta-aviões Truman se envolveu em acidentes, incluindo uma colisão com um navio cargueiro e a perda de dois caças em incidentes separados.

Em uma declaração sobre a ação, um alto oficial da Marinha destacou a importância de aprendizado e preparação, afirmando que a Marinha está comprometida em investir em sua equipe para garantir forças operacionais prontas para combate.

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