A Suzano, uma importante empresa do setor de papel e celulose, divulgou sua previsão de investimentos para 2026, estimando um total de R$ 10,9 bilhões. Além disso, a companhia confirmou que para 2025, os investimentos devem chegar a R$ 13,3 bilhões. Deste valor para 2025, a maior parte, cerca de R$ 7,3 bilhões, será destinada à manutenção das suas instalações. A empresa também pretende investir R$ 2,6 bilhões em terras e florestas, e R$ 800 milhões em projetos de expansão e modernização.
Uma análise do banco JPMorgan considerou positiva a redução de 18% nos investimentos planejados para 2026, destacando que essa diminuição deve aumentar em aproximadamente 1,6 ponto percentual o rendimento do fluxo de caixa previsto para o período.
A projeção de R$ 10,9 bilhões para 2026 é 2% menor do que os R$ 11,1 bilhões que o Morgan Stanley havia estimado e 17% abaixo da média das expectativas do mercado, de R$ 13,2 bilhões. O JPMorgan atribui essa redução a uma série de fatores, incluindo a troca de madeira com a empresa Eldorado, que ocorreu em agosto, e a finalização de projetos de expansão significativos.
Os analistas da Ativa Investimentos afirmaram que o anúncio indica uma mudança no perfil de investimento da Suzano, apontando para um momento de maior maturidade em seu ciclo de crescimento e uma expectativa de diminuição gradual de dívidas. Já o Bradesco BBI classificou a atualização como neutra, visto que os números estão alinhados com as previsões do mercado.
Além disso, o Bradesco BBI destacou que a Suzano ainda deve realizar desembolsos de aproximadamente US$ 1,2 bilhão (R$ 6,5 bilhões) relacionados à aquisição da KC, com expectativa de que esses gastos ocorram no segundo semestre de 2026. A conclusão dessa transação poderá levar a um aumento de cerca de US$ 100 milhões (R$ 500 milhões) no investimento anual em manutenção, elevando a previsão para 2026 de R$ 10,9 bilhões para R$ 11,2 bilhões.
Quanto às recomendações do mercado, o Morgan Stanley manteve sua classificação de “exposição acima da média do mercado”, com um preço-alvo de R$ 78 por ação, o que representa um potencial de alta de 54%. A instituição vê a Suzano como bem posicionada para aproveitar a recuperação dos preços da celulose, prevendo uma forte geração de fluxo de caixa livre com rendimento entre 14% e 20% para os anos de 2026 e 2027, antes de aquisições. A Ativa Investimentos e o JPMorgan também reiteraram suas recomendações de compra, com preços-alvo de R$ 68 e R$ 83,50, respectivamente.